segunda-feira, 18 de junho de 2012




 
O levita honra o altar


Falar sobre levita, honra, é um grande privilégio, e por que não dizer, ainda que redundante, uma honra. Vivemos dias em que tudo isso está muito confuso e creio que é hora de começarmos a restaurar o Altar pelos princípios da Palavra de Deus.
Há alguns anos, não era comum falar sobre levita, até porque havia uma grande barreira quanto ao uso do termo levita. Lembro que fomos discriminados; comunidades surgiram na Internet para falar contra aqueles que usavam o termo levita dentro de suas comunidades. Foi difícil ler artigos, publicações e ter de ficar calado por respeito ao meu próximo e entender que cada um caminha na luz que tem.
Quando estava no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, fazendo Faculdade de Música Sacra, fui questionado por alguns colegas quanto ao uso do termo levita. Recordo-me de ouvir: “...não podemos usar esse termo levita, pois, afinal, os levitas eram santos...”. E, então, falei: “Mas o que devemos ser hoje na Igreja? Não deveríamos ser santos? Porventura o Altar não é lugar de santos?”
Esses questionamentos vieram e, então, decidi começar uma longa caminhada que, hoje, já nos traz muita alegria. O Brasil entendeu que não falávamos, como muitos diziam, de “costurar o véu”, mas de uma verdade revelada na Palavra sobre a postura que devemos adotar no Altar de Deus e, dessa forma, honrar o Altar.
O Altar de Deus, do qual falamos hoje, está voltado para dois aspectos. Primeiro, o aspecto espiritual. Um grande teólogo escreveu sobre um paralelo entre Altar e palco, artista e adorador, plateia e congregação. Muitos ainda andam confusos pensando que o Altar de Deus é palco de show. Qual a diferença? Existe alguma? De fato, existem várias.
Eu começaria pela formatação do Altar ante ao palco. Quando falamos 'palco', logo nos vem à mente a imagem de um show, ou seja, um lugar de apresentações e, de fato, muitos vivem assim dentro das nossas próprias Igrejas. Alguns querem apenas usar o ambiente da Igreja para fazer uma amostra do seu trabalho, das suas habilidades, para impressionar as multidões. O que vemos diante disso? Qual o resultado? Por um tempo, pode até trazer alegrias, mas, com o passar dos dias, virão frustrações, decepções, que acabarão sendo confundidas com desonra; daí porque muitos se afastam das Igrejas deixando de congregar.
Tudo isso ocorre por não se saber o que palco e o que é Altar. Mas, então, o que é o Altar? O Altar é o lugar da adoração, o lugar do sacrifício, o lugar do encontro entre o Criador e a criatura, que se tornou filho, e agora pode levantar incenso, aroma suave ao Deus Todo Poderoso. É o lugar que quem aparece é Deus. As atenções são voltadas para Ele, pois não podemos tomar o lugar de Deus. Não podemos receber os louvores, pois dEle é a honra, a glória e o louvor pelos séculos dos séculos.
Quando entendemos que Altar é Altar e não palco, encontramo-nos em Deus. Sempre estamos motivados, pois não dependemos da multidão nos ovacionando para fazer o nosso chamado. Fazemos o que fazemos por entender Quem nos chamou e para Quem fazemos. A direção seria: o que fazemos, por que fazemos, como fazemos e para quem fazemos. Entendendo Altar, vem a honra.
A honra do Altar vem pela honra “ao” Altar. Como assim? Uma vez que entendemos o que é o Altar de Deus, que entendemos nossa posição como levitas, que entendemos nossa chamada, mudamos a direção do nosso trabalho. Passamos a fazer tudo por entender que tudo que somos, tudo que temos vem de Deus, e essa é a forma de devolvermos para Ele nossa gratidão, nosso louvor, nossa adoração.
Mas, como honrar o Altar? A palavra hebraica “shachar” significa serviço, honra, adoração. Quando lemos no salmo 100: “Gritai com júbilo ao Senhor todos os habitantes da terra, SERVI ao Senhor com alegria...”, o verbo servir é o mesmo para adorar, honrar. Então, honra está ligada diretamente a serviço. O que vemos? Muitos querem ser senhores, ocupar posições de autoridade, mas poucos querem ser servos. Entretanto, qual foi o ensino de Yeshua? Se alguém quiser ser o maior, que seja o menor. Yeshua veio para servir não para ser servido. E por que estamos querendo ser senhores e não servos? Por que queremos mandar e não obedecer? Essa é a grande chave para a honra do Altar em nossa direção.
Ano passado tive uma das maiores experiências de toda a minha vida. Durante o Seminário de Honra, em Manaus, algo aconteceu de maneira inesperada que marcou a minha vida profundamente e, também, a vida de todos os que estavam presentes no Seminário. Era um Sábado à noite, eu estava juntamente com minha equipe de levitas ministrando a adoração. Depois de tocarmos a primeira música de louvor, eu parei e me dirigi ao Apóstolo Renê para entregar-lhe a primícia do nosso CD Sementes de Honra, honrando a vida do meu líder por tudo o que ele tem feito de abençoador na minha direção e da minha família.
Após esse momento, continuei a ministraçao e cantei a canção “Majestade Santa”. Em um determinado momento, abri meus olhos e vi um rapaz que estava à minha frente; ele apontava para baixo dando-me a indicação para olhar para algo que estava diante dos meus pés. Quando olhei, vi um envelope de oferta. Inicialmente, achei estranho, pois nunca havia visto isso. Em seguida, dois Pastores vieram em minha direção e fizeram o mesmo. Achei se tratar de uma brincadeira. Decidi fechar os olhos e continuei a adoração. Em um outro momento, resolvi abrir meus olhos e vi a cena mais marcante da minha vida. Vi uma grande multidão diante de mim, pelos corredores do templo chorando e vindo em minha direção, lançando envelopes de oferta sobre os meus pés. Havia uma nuvem de glória naquele lugar. Havia quebrantamento, muita unção da presença de Deus. Olhei para os lados em busca de uma orientação, pois não sabia o que fazer diante daquela cena, mas ao olhar para os lados, vi meus líderes prostrados adorando a Deus e chorando.
Naquele momento, só um pensamento veio à minha mente: Eu não sou digno! Então, comecei a chorar. Continuei adorando e aquele mover continuou por um bom tempo. Mas por que aquilo aconteceu? Por que eu? Para responder a essa pergunta preciso de muita graça e falo com temor. A Bíblia nos fala no Salmo 139 que o Eterno sonda e conhece os nossos pensamentos, Ele sabe se há em nós algum caminho mau. Sempre que estamos fazendo algo para Deus, só Deus sabe se estamos, de fato, fazendo para Ele, pois Ele nos conhece profundamente.
Desde aquele dia, eu não sou mais a mesma pessoa. Entendi o cuidado de Deus, pois Ele sabia o que estava passando. Não foi necessário ninguém falar nada, dizer nada... Deus nos conhece. Deus o conhece e sabe a hora, o lugar e o momento de derramar uma grande benção sobre sua vida. Entretanto, a pergunta é: Quantas sementes temos lançado em honra ao Altar de Deus? Como estamos usando os talentos que Ele nos deu na direção do Altar? Estamos apenas enterrando por achar que é muito pouco o que Ele nos deu ou estamos trabalhando para desenvolver esse talento e multiplicá-lo?
O levita que honra o Altar pelo Altar é honrado. Não podemos andar em confusão. Qual tem sido a motivação do nosso coração ao subir no Altar de Deus? Entendi que, sempre que subo no Altar, tenho uma missão: Adoração. Não estou preocupado se as pessoas estão gostando ou não. Claro que não devo ignorar sinais que o Espírito Santo dá, pois ele conhece a congregação, contudo sei que minha missão é o Trono de Deus. O Véu se rasgou e podemos entrar livremente na Sala do Trono. Com isso, fazendo o que devemos fazer, com entendimento aberto quanto à nossa posição como levitas do Altar, vamos sempre honrar o Altar de Deus e sempre que honrarmos o Altar de Deus, seremos honrados por Ele. Lembre-se de que Deus Se alegra com nossas conquistas. Deus Se alegra com cada degrau que galgamos, pois Ele é o Pai.
Que esse seja o melhor tempo da sua vida, do seu ministério. Que o Altar de Deus seja o lugar do encontro do adorador com o Ser adorado, do servo com o seu Senhor, do filho com o Pai. Se caminharmos com esse entendimento, nunca seremos frustrados, nunca seremos decepcionados e tudo o que plantarmos no Altar como sementes honra, virá em nossa direção como bênçãos que nos alcançarão.
Que o Eterno o abençoe e lhe dê Shalom.



Pr.Gilmar Britto
 

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