A missão portas abertas lançou, a pouco tempo,o perfil dos países onde os cristão são mais perseguidos. Segundo pesquisas dessa instituição, a Coréia do Norte é o país que mais persegue.
Leia o que ela comenta a respeito desse quadro do Cristianismo e da perseguição na Coréia do Norte:
O Perfil da Coréia do Norte
A Perseguição
"A Constituição prevê a "liberdade religiosa", no entanto, na prática,
o governo restringe severamente qualquer atividade religiosa, exceto o
que possa ser supervisionado rigorosamente por grupos reconhecidos
oficialmente, ligados ao governo. Uma autêntica liberdade religiosa não
existe, apenas igrejas rigorosamente controladas pelo governo. As
igrejas que existem na cidade hoje são basicamente "igrejas de fachada",
servindo à propaganda política sobre a liberdade religiosa no país.
Quase todos os cristãos na Coreia do Norte pertencem a igrejas
não-registradas e clandestinas. O culto deles se constitui de um
encontro "casual" de dois ou três deles, em algum lugar público. Lá eles
oram discretamente e trocam algumas palavras de encorajamento.
A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação
japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos dominadores
para a adoção do xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do
regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas.
Inicialmente os cristãos que lutavam por liberdade política foram
reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime,
mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço
sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde
funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos receberam voz
de prisão. Ao ser derrotados na Guerra da Coreia, soldados
norte-coreanos em retirada frequentemente massacravam cristãos com a
finalidade de impedir sua libertação.
O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma
Bíblia, quer esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões
ilegais, quer tenha contato com outros cristãos (na China, por exemplo).
Os cristãos que sobrevivem às torturas são enviados aos campos de
concentração. Lá, as pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida
de má qualidade para sustentar o corpo, que deve trabalhar 18 horas por
dia. A menos que aconteça um milagre, ninguém sai desses gigantes
campos com vida.
Em setembro de 2007, a revista Newsweek destacou o drama dos cristãos
norte-coreanos. Um desertor, Son Jong-Nam, converteu-se quando fugiu
para a China, onde conheceu um grupo de missionários cristãos. Após
certo tempo, ele voltou ao seu país como missionário. Lá, foi detido e
acusado de ser espião. Atualmente, ele está no corredor da morte em
Pyongyang. Son cresceu em boas circunstâncias por ser filho de um alto
oficial. De acordo com a Newsweek, a esposa dele, grávida, perdeu o bebê
depois de ter sido espancada durante um interrogatório na Coreia do
Norte, por ter criticado o controle de alimentos de Kim Jong-Il. Desde o
final do século XIX, cerca de cem mil norte-coreanos mantêm a fé cristã
clandestinamente, segundo cálculos da Newsweek. Até mesmo Kim Il-Sung, o
primeiro ditador da Coreia do Norte, falecido recentemente, veio de uma
família cristã devota.
De acordo com missionários, os cristãos norte-coreanos mantêm suas
Bíblias enterradas nos quintais, embrulhadas em plásticos. Alguns
pastores na China oram por doentes e pregam através de interurbanos
feitos por telefone celular, segundo a reportagem. Tudo isso num
intervalo de tempo que vai de cinco a dez minutos. Os "cultos
telefônicos" têm de ser rápidos e muitas vezes são interrompidos
bruscamente, porque a Coreia do Norte usa rastreadores para localizar os
telefones.
História e Política
Localizada na metade setentrional da Península da Coreia, no leste
asiático, a Coreia do Norte é caracterizada por altas montanhas
separadas por vales estreitos e profundos. Densas florestas cobrem cerca
de dois terços do país. O topônimo Coreia deriva-se de Koryo, "alto e
belo", nome da dinastia que governou o país de 918 a.C. até 1392 d.C. Os
habitantes da península coreana imigraram da Sibéria entre os séculos X
e XIII a.C. No ano 108 a.C., os chineses dominaram a península e a
dividiram em 4 colônias chinesas. No século XIII, Koryo foi invadida por
mongóis, que passaram a ter grande influência na corte. E em 1392, Yi
Song-gye fundou a dinastia Choson (Yi), que durou até 1910.
O século XX foi decisivo para a configuração política atual do país.
Com interesses políticos e econômicos sobre a península coreana e sobre
outros países da Ásia, o Japão anexou a Coreia ao seu território,
transformando o país em seu protetorado. Com a derrota do Japão na
Segunda Guerra Mundial, a Coreia se viu livre para se consolidar como
nação independente no cenário mundial. Foi a partir de 1945 que o
cenário político atual da Coreia começou a se formar: nesse ano, com o
apoio da União Soviética, o norte se proclamou independente do sul,
recusando-se a cooperar com as Nações Unidas e passando a se chamar
República Democrática Popular da Coreia, chefiada pelo primeiro ministro
Kim Il Sung. No ano de 1950, o norte invadiu o sul da península, na
tentativa de unificar a península sob o regime comunista, desencadeando a
“Guerra da Coreia” (1950-1953), que culminou com a divisão definitiva
da Coreia e a criação de dois novos países: Coreia do Norte e Coreia do
Sul, o primeiro comunista e o último capitalista. O armistício assinado
em 1953 definiu o paralelo 38 como a zona desmilitarizada da Coreia. A
zona desmilitarizada entre os dois países continua sendo uma das áreas
mais fortificadas e impenetráveis do mundo. A guerra quase irrompeu
novamente no fim da década de 90, mas foi evitada graças a esforços
diplomáticos. Não obstante, ainda há grande tensão entre as duas
Coreias.
Desde a divisão, a Coreia do Norte teve apenas dois presidentes: Kim
II Sung, que governou o país até 1994 e seu filho Kim Jong-il, que está
no poder desde então. O governo exerce uma política unipartidária e é
considerado como uma autocracia, ou ditadura comunista totalitária. O
país tem sido profundamente marcado por um "culto à personalidade" que
elevou o falecido ditador King Il-Sung, pai de Kim Jong-Il, à posição de
deus. O mais provável é que Kim Jong-il seja substituído no governo do
país por seu filho, Kim Jong-Un.
População
A população norte-coreana é de pouco mais de 24 milhões de pessoas,
sendo 60% urbana. Etnicamente, ela é constituída quase que totalmente
por coreanos (99%). Há um pequeno número de chineses e japoneses
residindo no país. Segundo estimativas do governo, 70% da população não
professa nenhuma religião. O restante segue crenças asiáticas, como
xamanismo, confucionismo ou budismo. Há grupos cristãos de protestantes,
católicos e ortodoxos.
Quase 100% da população é alfabetizada e tem acesso à educação. A
população sofre com a fome, já que normalmente os alimentos do país são
primordialmente direcionados ao exército. Há abertura para organizações
humanitárias atuarem, a fim de aliviar a fome da população, mas os
esforços não são suficientes. Isso acontece parcialmente por causa da
corrupta liderança das forças militares. Eles interceptam muitas cargas
de alimento e desviam-nas para os seus soldados. O próprio presidente
Kim Jong-Il disse, certa vez, que só precisa que 30% da população
sobreviva.
Economia
A economia da Coreia do Norte é totalmente centralizada no Estado,
totalmente planejada pelo governo; a indústria pesada e a agricultura
(arroz, milho, batata, soja) são as principais atividades econômicas do
país. Pyongyang é o centro comercial do país; as relações econômicas da
Coreia do Norte com outros países são poucas, sendo a China o principal
parceiro comercial do país. O turismo é também uma importante fonte de
renda para a Coreia do Norte: todo turista ou grupo de viajantes deve
conhecer o país sempre acompanhado de um guarda ou representante do
Estado."
Fonte: Missão Portas Abertas
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